Resenha | A garota dos pés de vidro

ILHA DE MISTÉRIOS E VIDRO

Ano de lançamento: 2010 Editora: Leya
Número de páginas: 288

Cenários cinematográficos, paisagens paradisíacas, pântanos congelados com animais transformados em vidro, florestas brancas, penhascos monocromáticos, um oceano de baleias, lendas e águas-vivas. Este é o universo fantástico de Ali Shaw, autor britânico que renova as fábulas e cria uma inusitada história de amor. Midas é um tímido fotógrafo ilhéu. Ida é uma jovem aventureira que vem ao arquipélago de Saint Hauda’s Land buscar a cura para sua misteriosa doença. Ela está se transformando em vidro e juntos buscam uma solução. O que eles mais precisam é de tempo – e o tempo está passando rápido. Será que vão encontrar uma maneira de evitar a propagação do vidro?

Informações:

LIDO!

Nota: 3/5 - BOM

O que você faria se descobrisse que estivesse se transformando em vidro? Ida MacLaird sabe como é... E não é nada legal.
Midas Crook mora em Saint Hauda’s Land, um arquipélago composto por diversas ilhas, que possui segredos e mistérios encobertos; ele é um rapaz super problemático, principalmente por causa da relação com seu pai, que infelizmente deu seu nome ao filho. No decorrer da trama, dar pra se ver como era essa relação, um pouco triste e cruel, a meu ver; e quem mais sofre além de Midas filho, é a mãe dele, por causa do marido sem sentimentos. Ele trabalha numa floricultura junto com seu amigo Gustav e sua filha Denver, que no decorrer da história servem de grande apoio emocional ao - fraco Midas -.
Quando ele conhece Ida, nada de mais acontece. Ela era só mais uma garota que ele conhecia, mas notou o estranho modo como ela andava, a partir daí eles começam um relacionamento estranho que se desenvolve de maneira lenta durante todo o livro, fazendo-os cativantes, ao invés de chatos.
Mas por detrás de cada personagem apresentado há um segredo que acaba ligando cada um deles e os faz girar em torno de Ida, que se ver perdida com sua delicada condição que acelera e ameaça tomar todo o seu corpo.
O bom do livro, além da trama, é como o livro foi escrito. O escritor foi muito forte nos usos dos adjetivos e outras classes gramaticais, dando ao livro o toque de lamento e infelicidade dos habitantes daquelas ilhas. A capa é linda e o livro tem um detalhe especial nas páginas, são cinzas e o cheiro dele é fantástico; sim eu cheiro os livros.
Os pontos negativos do livro são: a falta de orofundidade em determinados assuntos, deixando o leitor com perguntas na cabeça, e o final que não foi muito esclarecedor e acabou deixando muito a desejar.
Mas no geral, é um livro bom, com uma ótima trama. Se você gosta de um pouco de drama e um pouco de mistério, esse é um ótimo livro para se ler sem nenhum compromisso.

Quotes:

“Ele imaginou o que ela sugeriu. Morar no meio do nada, só os dois, e esse pensamento fez sua mente se estabilizar, como se toda a preocupação que isso normalmente continha pudesse ser afastada apenas pela ideia.”

“Você tem de apertar”, ela sussurrou, “ou não será um abraço”